Fauna Sinatrópica ou Pragas Urbanas
Espécies sinantrópicas
são aquelas que vivem próximas às habitações humanas. Estes animais aproximaram-se
do homem devido à disponibilidade alimento
e abrigo, servindo-se de frestas em paredes e forros de telhado,
ou mesmo objetos empilhados em quintais
para se abrigar. A principal diferença entre os sinantrópicos e os animais domésticos (gatos, cães, galinhas,
vacas etc.), é que estes
são criados em benefício do homem, servindo como companhia, produção de
alimentos, entre outros. Já os sinantrópicos são geralmente indesejáveis, por
poderem transmitir doenças,
inutilizar ou destruir alimentos, ou sujar as residências. Entre eles estão ratos, pombos, baratas, mosquitos,
entre outros.
Alguns animais, como o morcego,
que são grandes polinizadores naturais, podem adquirir a condição de
sinantrópico, utilizando telhados e cantos escuros das casas como abrigo,
quando seus ambientes naturais são destruídos. Assim como os demais mamíferos,
podem ser transmissores do vírus
da raiva, e apesar de existirem poucas espécies de morcego hematófagas,
deve-se evitar a manipulação direta destes animais, já que todos podem morder
se assustados.
Serpentes,
aranhas, escorpiões
e outros também acabam se aproximando das casas quando se roçam
quintais ou se derrubam matinhas/matagais
para a construção de estacionamentos, por exemplo, mas é importante lembrar que os humanos é
que estão de fato se aproximando das "casas" destes animais.
Outros exemplos de
animais que podem se tornar sinantrópicos são: mosca, pulga, carrapato,
formiga, taturana,
abelha, vespa e gambá.
Para proceder a remoção
de animais sinantrópicos (serpentes, abelhas, gambás, morcegos, etc) das
residências, deve-se entrar em contato com o Corpo de Bombeiros, Polícia
Florestal, IBAMA ou órgão estadual/municipal responsável pela fauna. Atitudes
como manter em cativeiro sem autorização do órgão competente, matar, multilar
ou maltratar qualquer animal da fauna silvestre é crime previsto em Lei (Lei 9.605/98).
Ratos
Ratos: Ciclo de Vida, Agravos e Medidas
Preventivas
Ratos
Hábitos
A
característica principal dos roedores é a presença dos dentes incisivos com
crescimento contínuo, daí a necessidade de roer para gastar a dentição. Dessa
forma, estragam muito mais alimentos do que realmente necessitam.
São
animais de hábitos noturnos por ser mais seguro saírem de seus abrigos à noite,
à procura de alimento.
Possuem
várias habilidades físicas, como nadar, subir em locais altos se houver base de
apoio, saltar, equilibrar-se em fios e mergulhar, entre outras.
Encontram
principalmente no lixo doméstico o seu alimento. Escolhem aqueles alimentos que
estão em condições de serem ingeridos, pois, por meio do seu olfato e paladar
apurados separam os alimentos de sua preferência e ainda não estragados. São
considerados onívoros, isto é, alimentam-se de tudo o que serve de alimento ao
homem.
Nas
áreas urbanas encontramos três espécies de ratos: Rattus norvegicus, Rattus
rattus e Mus musculus.
Rattus norvegigus
Nas grandes cidades perdem parcialmente algumas características de comportamento como a neofobia (desconfiança a objetos e alimentos estranhos), pela próxima convivência com o homem e à dinâmica da cidade.
Na
abundância de alimentos, como os provenientes do lixo orgânico inadequadamente
disposto ou tratado, a proliferação desses roedores tem se acentuado. É,
portanto, a espécie de roedor mais favorecida pelo ambiente urbano degradado
por ocupações clandestinas, adensamento de locais carentes de infra-estrutura
básica de habitação e saneamento, sendo responsável por surtos de leptospirose,
mordeduras e agravos causados por alimentos contaminados por suas fezes e
urina.
Rattus rattus
Conhecido
como rato de telhado, rato de forro, rato de paiol ou rato preto,
caracteriza-se por possuir grandes orelhas e cauda longa. Como o próprio nome
já diz, costuma habitar locais altos como sótãos, forros e armazéns, descendo
ao solo em busca do alimento e raramente escava tocas. Está presente e em
dispersão na cidade de São Paulo.
Possui
grandes habilidades, como caminhar sobre fios elétricos e subir em galhos de
árvores, além de escalar superfícies verticais, adaptando-se perfeitamente à
arquitetura urbana formada por grandes edifícios e casarões assobradados muitas
vezes transformados em cortiços, locais onde encontra grande facilidade para se
abrigar e obter alimentos, propiciando a expansão e dispersão da espécie.
Mus musculus
Popularmente
chamado de camundongo, é o de menor tamanho entre as três espécies urbanas. De
hábito preferencialmente intradomiciliar, costuma fazer seus ninhos dentro de
armários, fogões e despensas.
Tem
comportamento curioso, sendo de presa fácil nas ratoeiras. É facilmente transportado
em caixas de alimentos e outros materiais, possibilitando sua fácil dispersão
na área urbana.
Por
sua característica morfológica e hábitos domiciliares, o camundongo não causa a
mesma repulsa que os ratos maiores, sendo até tolerado, haja visto a grande
quantidade de personagens infantis inspirados nesta espécie, como: Mickey
Mouse, Jerry e outros famosos, apesar dos riscos que potencialmente pode trazer
à saúde humana.
Ciclo de vida
A vida
média da ratazana é de 2 anos, do rato de telhado 1 ano e meio e o camundongo
vive cerca de 1 ano. A partir do 3º mês de vida já podem procriar, sendo que o
tempo de gestação é, em média, de 19 a 22 dias e o número de filhotes por cria
é de 5 a 12, na dependência da oferta de alimento e abrigo.
Agravos à saúde
Os ratos
urbanos têm papel importante na transmissão de várias doenças como a
leptospirose, a peste bubônica, o tifo murino e salmoneloses, entre outras. São
freqüentes ainda os acidentes causados pela mordedura desses animais. No
Brasil, até o momento, as Hantaviroses estão associadas aos roedores
silvestres.
Medidas preventivas
A
infestação de ratos num local pode ser verificada através da observação dos
seguintes sinais:
·
Fezes:
sua presença é um dos melhores indicadores de infestação. As fezes podem levar à
identificação da espécie presente;
·
Trilhas:
sua aparência é de um caminho bem batido, com 5 a 8 cm de largura, sendo
encontradas geralmente nas proximidades de muros, junto às paredes, atrás de
materiais empilhados, sob tábuas e em áreas de gramados;
·
Manchas
de gordura: deixadas em locais fechados, por onde passam constantemente como,
por exemplo, nas paredes e vigas;
·
Roeduras:
os ratos roem (mas não ingerem) principalmente materiais como madeira, cabos de
fiação elétrica e embalagens de alimentos para gastar sua dentição e como forma
de transpor barreiras para alcançar os alimentos;
·
Tocas:
são encontradas junto ao solo, junto aos muros, entre plantas e normalmente
indica infestação por ratazanas;
A
prevenção é possível através da adoção de um conjunto de medidas que chamamos
de antirratização:
·
Acondicionamento
correto do lixo: dentro de sacos plásticos, em latas com tampas apropriadamente
fechadas e limpas periodicamente, de preferência sobre estrado, para que não
fiquem diretamente em contato com o solo;
·
Dispor
o lixo na rua somente na hora que o coletor passa para recolher;
·
Nunca
jogar lixo a céu aberto ou em terrenos baldios;
·
Acondicionamento
correto dos alimentos: em recipientes bem fechados;
·
Inspecionar
periódica e cuidadosamente caixas de papelão, caixotes, atrás de armários,
gavetas e todo tipo de material que adentre ao ambiente e possa estar servindo
de transporte ou abrigo a camundongos;
·
Vedar
frestas ou vãos que possam servir de porta de entrada aos ratos para os
ambientes internos;
·
Colocar
telas (com menos de 1 cm de vão de diâmetro), grelhas, ralos do tipo
"abre-fecha", sacos de areia ou outros artifícios que impeçam a
entrada desses animais através de ralos, encanamentos ou outros orifícios;
mais informações: edris@ibimm.org.br ou www.ibimm.org.br
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