Tubarão pode ter a cura do câncer?
“Até
hoje não existe nenhuma comprovação cientifica de que a cartilagem de tubarão
previne o câncer. O que podemos afirmar com certeza é que não sabemos por que
algumas espécies de tubarões não desenvolvem câncer e que isto é muito
importante no combate a inúmeras doenças que afetam os seres humanos e daí a
grande importância na preservação desta espécie. Os tubarões tem uma grande
capacidade de regeneração e muito mesmo machucados após grande lutas com outras
espécies, conseguem sobreviver e se recuperar dos ferimentos”.
Cientistas
americanos verificaram que em 21 anos de pesquisas apenas doze tumores foram
registrados em tubarões, e desses somente três eram malignos. Os pesquisadores
pretendem agora transferir, de algum modo, essa resistência para o homem. Desde
1970 sabe-se que os tumores criam uma rede de capilares sanguíneos para poderem
crescer. Os médicos chamam de angiogênese esse processo, sem o qual, supõe-se,
o tumor morre. Como o tecido cartilaginoso é desprovido de vasos sanguíneos, os
pesquisadores deduziram que ele deve liberar alguma substância inibidora da
angiogênese. Ora, os tubarões não possuem ossos - pertencem a uma classe de
peixes cujos esqueletos são cartilaginosos. O fato de serem eles praticamente
imunes ao câncer não seria, portanto, uma coincidência. É possível, assim, que
do extrato da cartilagem dos tubarões surja algum dia uma droga contra o câncer?
Não, Ou seja, até hoje não existe nenhuma comprovação científica!
Pesquisadores sabem que há mais de
150 anos que os tubarões podem ter câncer. E ainda persiste a crença de que os
animais não sofrem com a doença. Esse equívoco é promovido em parte por aqueles
que vendem a cartilagem de tubarão, que afirmam que a substância vai ajudar a
curar o câncer, segundo David Shiffman, pesquisador de tubarões e estudante de
doutorado na Universidade de Miami. Mas nenhum estudo mostrou que a cartilagem
de tubarão é um tratamento eficaz, e a demanda pelo material tem ajudado a
dizimar as populações de tubarões: os seres humanos matam cerca de 100 milhões
de tubarões por ano, de acordo com um estudo de março de 2013. (muitas destas
mortes são causadas pelo “fining” pesca predatória para retirada das barbatanas,
o animal é devolvido vivo ao mar e morre).
Recentemente, pesquisadores da
Austrália perceberam um grande tumor saindo da boca de um grande tubarão
branco. O tumor media 30 centímetros de comprimento e 1 metro de largura, de
acordo com um estudo que descreve o tumor.
“Esta era uma
visão muito incomum, já que nunca antes vimos um grande tubarão branco com
tumor”, disse Rachel Robbins, coautor do estudo.
No total, os cientistas agora
documentaram tumores em pelo menos 23 espécies de tubarões. O estudo contribui
para a crescente evidência de formação de tumores em tubarões, ao contrário da
crença popular de que os tubarões não sofrem de tais anomalias.
“Os tubarões têm câncer”, disse
Shiffman, que não esteve envolvido no estudo. “E mesmo que eles não tivessem
comer produtos de tubarão não irá curar o câncer assim como comer um pedaço do
Michael Jordan não fará melhor alguém no basquete.”
Ao contrário da
crença popular, os tubarões têm câncer, até mesmo tumores nas cartilagens, logo
tomar suplementos de cartilagem de tubarão para prevenir ou retardar o câncer provavelmente não é eficaz, de acordo com um estudo
apresentado no 91º encontro anual da Associação
Americana de Pesquisa de Câncer (AAPC).
O Dr. John C. Harhsbarger, diretor do Instituto Nacional de Registro de Tumores em Animais Inferiores, relatou 40 registros de tumores coletados de peixes cartilaginosos. Vinte e três dos tumores eram de tubarões. Ele disse que cerca de um terço dos tumores nos arquivos eram malignos e destes tumores malignos, seis foram coletados de tubarões.
Harhsbarger disse, contudo, que os tumores são mais comuns em peixes ósseos, especialmente de águas rasas. "Isto se dá por que eles se alimentam em áreas com maior nível de poluentes ambientais. Os tubarões são peixes de águas profundas e não são expostos a tantos componentes nocivos," ele disse.
"O que há de novo neste artigo é nosso relato de que três tumores malignos, um carcinoma de células renais, um linfoma e um novo tumor de cartilagem, foram encontrados em tubarões. Os tubarões têm câncer, então deixemos o mito de lado," disse Harhsbarger em entrevista à Reuters Health.
A cartilagem de tubarão se tornou um tratamento alternativo popular para o câncer baseado na crença de que a mesma tinha propriedades antiangiogênicas – isto é, que ela prevenia o desenvolvimento dos novos vasos sangüíneos que alimentavam os tumores, dificultando o crescimento destes. O co-autor de Harhsbarger, Dr. Gary K. Ostrander da Universidade John Hopkins, disse que "não existem estudos publicados em revistas renomadas que confirmem esta crença."
Na conferência, o Dr. Donald Coffey da Universidade John Hopkins disse que a mesma lógica que leva pessoas a tomar cartilagem de tubarão poderia levá-las a "comer glândulas prostáticas de cavalos ou gatos para prevenir câncer de próstata porque cavalos e gatos não têm câncer de próstata."
Hank Poterfield, catedrático do grupo de apoio ao câncer prostático Us Too!, disse que "como paciente, todo este fenômeno sobre a cartilagem de tubarão lança dúvidas sobre a medicina alternativa mesmo quando existem alternativas complementares médicas eficientes para o câncer prostático." Em entrevista à Reuters Health, ele disse, "Nenhum paciente com câncer prostático jamais se beneficiou da cartilagem de tubarão." Ele acrescenta que ele irá acabar com a estória da cartilagem de tubarão.
Porém, não é provável que a cartilagem de tubarão desapareça das notícias porque o Instituto Nacional de Saúde tem um estudo em andamento na fase III sobre o extrato da cartilagem de tubarão chamado AE-941. Os resultados de um estudo do extrato em combinação com a cisplatina foram relatados no encontro da AAPC no ano passado. No estudo em fase II, o Dr. Jean Latreille da Universidade de Montreal relatou que "houve uma tendência em direção à resposta." O extrato é fabricado pelo Aeterna Laboratories, em Quebec.
Fonte: 91º encontro anual da Associação Americana de Pesquisa de Câncer (AAPC).
O Dr. John C. Harhsbarger, diretor do Instituto Nacional de Registro de Tumores em Animais Inferiores, relatou 40 registros de tumores coletados de peixes cartilaginosos. Vinte e três dos tumores eram de tubarões. Ele disse que cerca de um terço dos tumores nos arquivos eram malignos e destes tumores malignos, seis foram coletados de tubarões.
Harhsbarger disse, contudo, que os tumores são mais comuns em peixes ósseos, especialmente de águas rasas. "Isto se dá por que eles se alimentam em áreas com maior nível de poluentes ambientais. Os tubarões são peixes de águas profundas e não são expostos a tantos componentes nocivos," ele disse.
"O que há de novo neste artigo é nosso relato de que três tumores malignos, um carcinoma de células renais, um linfoma e um novo tumor de cartilagem, foram encontrados em tubarões. Os tubarões têm câncer, então deixemos o mito de lado," disse Harhsbarger em entrevista à Reuters Health.
A cartilagem de tubarão se tornou um tratamento alternativo popular para o câncer baseado na crença de que a mesma tinha propriedades antiangiogênicas – isto é, que ela prevenia o desenvolvimento dos novos vasos sangüíneos que alimentavam os tumores, dificultando o crescimento destes. O co-autor de Harhsbarger, Dr. Gary K. Ostrander da Universidade John Hopkins, disse que "não existem estudos publicados em revistas renomadas que confirmem esta crença."
Na conferência, o Dr. Donald Coffey da Universidade John Hopkins disse que a mesma lógica que leva pessoas a tomar cartilagem de tubarão poderia levá-las a "comer glândulas prostáticas de cavalos ou gatos para prevenir câncer de próstata porque cavalos e gatos não têm câncer de próstata."
Hank Poterfield, catedrático do grupo de apoio ao câncer prostático Us Too!, disse que "como paciente, todo este fenômeno sobre a cartilagem de tubarão lança dúvidas sobre a medicina alternativa mesmo quando existem alternativas complementares médicas eficientes para o câncer prostático." Em entrevista à Reuters Health, ele disse, "Nenhum paciente com câncer prostático jamais se beneficiou da cartilagem de tubarão." Ele acrescenta que ele irá acabar com a estória da cartilagem de tubarão.
Porém, não é provável que a cartilagem de tubarão desapareça das notícias porque o Instituto Nacional de Saúde tem um estudo em andamento na fase III sobre o extrato da cartilagem de tubarão chamado AE-941. Os resultados de um estudo do extrato em combinação com a cisplatina foram relatados no encontro da AAPC no ano passado. No estudo em fase II, o Dr. Jean Latreille da Universidade de Montreal relatou que "houve uma tendência em direção à resposta." O extrato é fabricado pelo Aeterna Laboratories, em Quebec.
Fonte: 91º encontro anual da Associação Americana de Pesquisa de Câncer (AAPC).
Por: Prof.Msc.Edris Queiroz –biólogo marinho,
pesquisador do IBIMM.
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